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SIMPÓSIOS TEMÁTICOS

         Após o evento os simpósios temáticos serão organizados e transformados em e-books, onde os trabalhos apresentados serão transformados em capítulos da publicação. As regras para envio e formatação do texto podem ser conferidas clicando no botão a baixo.

SIMPÓSIO TEMÁTICO - 1

Título: Instituições, agentes e dinâmica colonial no Vale Amazônico (séculos XVII e XVIII)

Proponentes: Dr. Raimundo Moreira das Neves Neto, professor IFPA-BELÉM;

Dr. João Antônio Fonseca Lacerda Lima, professor EA-UFPA.

Resumo: O ultramar português foi alvo de diversas políticas da Coroa ao longo do processo de ocupação dos territórios, contudo, a vida dos agentes que formavam esse mundo colonial por vezes não se dava conforme os ditames do poder central. Nossa intenção é refletir sobre as dinâmicas, internas e externas, que engendraram o processo de ocupação e edificação desses territórios, sobretudo em se tratando da “Amazônia Colonial”. Quando falamos em “Amazônia colonial” na porção lusa, estamos nos referindo ao antigo Estado do Maranhão e Grão-Pará (eventualmente denominado de Grão-Pará e Maranhão), a segunda possessão portuguesa nas Américas, ao se considerar o seu congênere Estado do Brasil. Contudo, esta divisão da América portuguesa está para muito além desta simples questão de nomenclatura. Portanto, de modo mais específico este simpósio tem por objetivo analisar as políticas adotadas pela Coroa Portuguesa na colonização desta tão vasta e peculiar região. Desta forma, neste simpósio, abordaremos essa política de ocupação econômica do espaço a partir dos diferentes prismas que ela engendrava: povoamento, questão militar, religiosa etc. Para além disso, visamos traçar uma discussão que não trate apenas de examinar as ações da Coroa e das autoridades coloniais, mais igualmente, discutir o protagonismo dos diversos grupos que fizeram parte do complexo processo de colonização da América portuguesa, como índios, africanos, mestiços, portugueses de diversos estratos sociais e outros europeus.

 

SIMPÓSIO TEMÁTICO - 2

Título: Escravidão e Liberdade(s) no Vale do Amazonas, sécs. XVII-XIX

Proponentes: Diego Pereira Santos, doutorando pela UB, professor da UEPA;

Victor Hugo Modesto, doutorando pelo PPHIST/UFPA.

Resumo: O Vale do Amazonas constituiu-se, ao longo dos séculos de colonização, como espaço essencial para a consolidação do domínio português na América. Esse espaço possuía particularidades que fizeram a coroa portuguesa pensá-lo de forma separada das políticas pensadas, por exemplo, para o Estado do Brasil. A partir do século XVII, moradores, colonos e negociantes começaram a demandar a necessidade de introdução de escravos africanos, o que a coroa buscou atender diante da mediação entre as conjunturas locais e a aplicação da política metropolitana considerada para a área setentrional. No entanto, somente no século XVIII, principalmente com a criação da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão (1755-1778), houve a ampliação e regularização desse tráfico de escravos africanos para a Amazônia. As mudanças relacionadas a mão de obra negra devem ser compreendidas nos setecentos diante da legislação de liberdade dos índios e da concretização da política do Diretório dos índios. O contexto político e social no pós-independência, em diferentes províncias, deu-se de forma violenta. No Vale do Amazonas não foi diferente, quando em 1835 eclode a revolta cabana, que teve como consequência direta, em âmbito provincial, a criação dos “corpos de trabalhadores” e da lei de compulsão ao trabalho para a população de cor não escravizada. Ainda nesse século, as legislações em torno da escravidão negra são implantadas, com diferentes repercussões no Império. Na Amazônia, a historiografia vem demonstrando como a dinâmica em relação à escravidão se apresentou de outra forma, como a saída das redes do tráfico transatlântico ainda em 1841. Sendo assim, faz-se necessário pensar como a legislação de proibição do tráfico transatlântico de escravos de 1850, assim como a lei do ventre livre, repercutiram nesta região, sem esquecer das lutas sociais em torno da Abolição. Em torno deste amplo período e seus respectivos contextos, com diferentes sujeitos e legislações específicas ao longo destes séculos, duas questões aparecem como cruciais: a escravidão e as liberdades. Temas imbricados, matéria de diversos litígios, de lutas dos sujeitos em diferentes contextos, com prerrogativas próprias e desencadeando processos sociais que foram essenciais na história social do Vale do Amazonas. Neste sentido, o simpósio é um esforço de reunir trabalhos de diferentes temporalidades, mas que se assentam em última instância nas formas que se estabeleceram as relações sociais em torno de políticas e práticas compulsórias de trabalho de negros na Amazônia e suas conexões entre os séculos XVII e XIX, com especial atenção para as dinâmicas em torno da escravidão e liberdade(s).

 

SIMPÓSIO TEMÁTICO - 3

Título: Ensino de história: perspectivas sobre o uso de fontes históricas

Proponentes: Dr. Carlo Guimarães Monti, professor Fahist/ICH/UNIFESSPA e Profhistoria;

Aline Barros dos Reis, Mestra Profhistoria, professora SEMED/Marabá

Resumo: O uso de novas e diferenciadas linguagens para o ensino, como as imagens e documentos históricos, estimulou a substituição do ato de memorizar pelo exercício da crítica reflexiva dos acontecimentos. No ensino de história, percebe-se ao analisar os materiais didáticos que a preocupação recente é a formação de sujeitos ativos, participativos e com criticidade. Levar para as aulas documentos históricos, significa colocar o aluno na análise de “realidades passadas”, propiciando a percepção de um processo investigativo. O uso de fontes permite ao professor questionar acontecimentos de uma maneira reflexiva. São experiências e propostas de trabalho que focam na seleção de documentos variados e sua utilização em sala de aula na busca de uma visão crítica por parte dos alunos que são tema desta proposta de Simpósio Temático que busca unir proposta de trabalho que versão sobre o uso de fontes históricas.

 

SIMPÓSIO TEMÁTICO - 4

Título: Ensino de História e Relações étnicorraciais

Proponentes: Dra Marley Antonia Silva da Silva, professora do IFPA – Campus Castanhal;

Raimunda Conceição Sodré, doutoranda em História/UFPA, professora do IFPA – Campus Conceição do Araguaia.

Resumo: A luta por uma educação antirracista e construção de uma sociedade livre do racismo e da discriminação racial sempre foi uma pauta aventada pelos negros e negras em movimento e pelo movimento negro organizado. Desde os primeiros africanos capturados na África que fizeram a travessia transatlântica a resistência foi instaurada e persiste até os dias atuais. Mesmo após a abolição os direitos de existir e viver plenamente como cidadãos dos africanos da diáspora e seus descendentes ainda não foi concluído. A luta por direitos segue através de várias frentes de combate nos diversos lugares em que negros e negras resistem ao racismo, a discriminação, ao silenciamento de suas vozes e apagamentos de suas existências. Uma pauta presente no movimento negro sempre foi à educação, a busca por oportunidade de garantir uma vida mais digna através da formação escolar em todos os níveis de ensino, na medida em que é essa formação que garante a entrada no mercado de trabalho e a melhoria da qualidade de vida das pessoas. No entanto, a pressão do movimento negro por educação não é apenas no ingresso de negras e negros no ensino formal, é, sobretudo, na reformulação dos currículos para incluir o ensino da história e cultura dos africanos, dos africanos da diáspora e seus descendentes. Para que tais pautas fossem garantidas foram propostas as leis antirracistas, tanto no que concerne ao ensino da história e cultura afro-brasileira e africana quanto no que se refere às políticas de ações afirmativas para garantir igualdade de oportunidade no acesso à educação, sobretudo, no ensino superior e mais recentemente na pós-graduação. O movimento negro, nesse sentido, garantiu a população negra o direito a sua história e cultura nos currículos escolares e o ingresso nas universidades. Porém, sabemos que a criação das leis antirracistas (Lei 10.639/2003; Lei 11.645/2008; Lei 12.711/2012; Portaria 13/2016 e Lei 12.990/2014) por si só não garantem seu cumprimento efetivo, somente os sujeitos engajados na luta por equidade de raça, classe, gênero, territorialidades entre tantos outros marcadores sociais podem promover essa mudança através de suas ações individuais e coletivas nos ambientes por onde atuam como pesquisadores (as), docentes, extensionistas, militantes, etc. Neste sentido, o objetivo do simpósio é reunir pesquisas que reflitam sobre as diversas experiências de trabalhar o ensino de história numa perspectiva antirracista. Ressaltamos que este simpósio temático se vincula ao Grupo de Trabalho Nacional Emancipações e Pós-abolição – GTEP/ANPUH - BR.

 

SIMPÓSIO TEMÁTICO - 5

Título: Escritas da História Urbana: viver e narrar a cidade em suas múltiplas temporalidades.

Proponente: Dr José M. Almeida Neto.

Resumo: A proposta desse Simpósio Temático (ST) busca reunir trabalhos que tenham como objeto principal de estudo a cidade. A partir das múltiplas abordagens da história urbana, busca-se refletir e compartilhar as maneiras de escrever a história das cidades, seja a partir das temporalidades, dos silenciamento, das práticas historiográficas – por meio da história oral, comparada, conectada, relatos, testemunhos, cidade letrada, biografias e montagens. A escrita da cidade e na cidade busca, em primeiro lugar, dar conta das várias formas de viver e narrar esse espaço, demonstrando os enfrentamentos, as contradições, as negociações típicas do que é estar no espaço urbano. Esse ST, portanto, pretende ampliar o debate e promover a difusão de trabalhos que tenham como ponto de partida os temas relacionados à experiência urbana. Aberto às pesquisas em diferentes estágios entre a graduação e a pós-graduação, bem como aos professores da educação básica, que por vezes tenham interesse em compartilhar projetos e atividades do ensino de História voltadas para o campo da História Urbana em suas salas de aula.

 

SIMPÓSIO TEMÁTICO - 6

Título: Religiões e religiosidades na Panamazônia

Proponente: Dr. Fernando Arthur de Freitas Neves.

Resumo: Religiões e religiosidades são dois substantivos, os quais ao se considerar os seus diversificados derivados (catolicismo, protestantismo, espiritismo, islamismo, judaísmo, candomblecismo, umbandismo, wicca, etc) proporcionam a viabilidade de evocar a imensidão de significantes: os sujeitos que as constroem, os objetos construídos, o ato de pensar os objetos construídos, as maneiras pelas quais os objetos a envolver religiões e religiosidades se revestem, estes aspectos, então, ajudam a caracterizar formas absolutamente complexas do pensamento histórico, logo, elas são algumas das preocupações enfrentadas pelos estudiosos que buscam compreender o modus operandi, o(s) sujeito(s), a maquinaria, as escalas de funcionamento, enfim, o que pode talvez (sobredeterminar) os deslocamentos dos construtores das lógicas da religião e da religiosidade. Todavia, ao fim e ao cabo, as análises acerca dos focos em tela formam um tecido que “sempre” fica às voltas da pretensão da representação, mas também, para além dela; ou melhor, é como se elas tivessem autonomia nas expressões do próprio tecido devido a experiência efetivada pelos fiéis em seus corpos, ideários e convicções a transitar em meio às possibilidades da onipresença e à onisciência; à vista disso, religiões e religiosidades estão sob as pressões da ambivalência, da incerteza, da hesitação, da indecisão, da insegurança, da imprecisão, bem como sob as das certezas, as das seguranças, as das confianças, as das convicções a respeito da vida. Em conformidade com isso, são bem-vindos neste Simpósio Temático todo e qualquer trabalho a versar acerca dos eixos religião e religiosidade na Panamazônia: o catolicismo nas suas derivações, o protestantismo nas suas diversificadas formações, a umbanda nas suas inumeráveis constituições, o candomblé nas suas copiosas deduções, a pajelança nas suas profusas manifestações, o espiritismo nas suas abundantes interpretações, dentre outras nas expectativas de perceber o sagrado.

 

SIMPÓSIO TEMÁTICO – 7

Título: Insurgências Feministas: gênero e diversidade na história, historiografia e ensino na Amazônia.

Proponentes: Dra. Natália Conceição Silva Barros Cavalcanti, professora do IFRN/Campus Macau;

Dra. Eliana Ramos Ferreira, professora da UFPA - Campus Ananindeua.

Resumo: O GT pretende oportunizar espaços de debates, reflexões e compartilhamento de pesquisas e saberes de insurgências feministas, lutas e resistências, tanto individuais quanto coletivas, uma vez que os estudos e reflexões sobre gênero e diversidade têm ocupado centralidade significativa nos espaços acadêmicos, sociais e escolares.

 

SIMPÓSIO TEMÁTICO – 8

Título: História, Natureza e Ciência

Proponentes: Iane Maria da Silva Batista, Doutora e Docente do Curso de Arquivologia (UFPA);

David Durval Jesus Vieira, doutorando UFRJ, professor do IFPA, campus Parauapebas.

Resumo: O processo contemporâneo de transformação cada vez mais acelerada do meio ambiente e seus impactos sobre comunidades humanas e não humanas têm suscitado diversas reflexões no campo historiográfico. O referencial teórico-metodológico da História, em diálogo com outras disciplinas, como arqueologia, geografia, geologia, antropologia, biologia, entre outras, constitui ferramenta fundamental para a compreensão das implicações sociais, econômicas, políticas e culturais de fenômenos como mudanças climáticas, recrudescimento do desmatamento, sobretudo na Amazônia brasileira, apropriação e gestão de recursos hídricos, conflitos envolvendo os usos da natureza, bem como o papel da ciência e das instituições científicas no enfrentamento dessas problemáticas. Este simpósio temático tem como objetivo reunir pesquisadoras e pesquisadores preocupados com o estudo das relações entre sociedade e natureza ao longo do tempo, inclusive considerando o âmbito do ensino e da ciência. Interessa-nos investigações tanto da dimensão concreta do que chamamos de mundo natural, como também das suas mais variadas representações, usos políticos, percepções, sensibilidades, discursos científicos e utilização tecnológica em diferentes temporalidades. Considerando a amplitude dessas temáticas, trabalhos de outros campos do conhecimento que discutam as interações entre sociedade e natureza em perspectivas interdisciplinares, capazes de alargar nossa compreensão sobre os objetos de pesquisa, também são bem vindos.

 

SIMPÓSIO TEMÁTICO – 9

Título: Mudanças sociais, econômicas, culturais e políticas na Amazônia no Tempo Presente

Proponentes: Dr. Pere Petit, professor da FAHIS/UFPA;

Dr. Fábio Pessoa, professor da UFPA, Campus de Cametá.

Resumo: Neste Simpósio Temático pretendemos reunir historiadoras e historiadores e pesquisadoras e pesquisadores de outras áreas do conhecimento, cujos objetos de estudos sejam direcionados à análise das mudanças socioeconômicas, cultuais e políticas nos diferentes espaços/territórios da Amazônia brasileira no recorte do tempo histórico que denominamos História do Tempo Presente e História Imediata. Pesquisas que foram e estão sendo realizadas com diferentes recursos metodológicos e técnicas de pesquisa e que se alimentam do uso de diferentes fontes: documentais, hemerográficas (jornais e revistas), orais (histórias de vida, entrevistas dirigidas, semiestruturadas), visuais e iconográficas. Visando estreitar o diálogo entre a História e outras áreas do conhecimento, pretendemos aprofundar também as reflexões filosófico-teórico-conceituais que sejam pertinentes para o desenvolvimento das respectivas pesquisas dos participantes do Simpósio Temático intitulado Mudanças sociais, econômicas, culturais e políticas na Amazônia no Tempo Presente.

SIMPÓSIO TEMÁTICO – 11

Título: Viajantes, missionários e naturalistas na Amazônia oitocentista

Proponentes: Anderson Clayton Fonseca Tavares, doutorando pelo PPHIST/UFPA;

Daniel da Silva Miranda, Doutorando pelo PPHIST/UFPA.

Resumo: O século XIX à luz da historiografia local foi um período histórico marcado por eventos de caracteres distintos como a Cabanagem, a abertura do rio Amazonas à navegação internacional, epidemias, conflitos que envolveram o Estado e a Igreja Católica, iniciativas de inserção do protestantismo, o crescimento da economia gomífera e nesse ínterim a região experimentou mudanças notáveis em sua demografia e nos aspectos de sua paisagem. Entre as fontes recorridas para a reflexão desses eventos nota-se a presença expressiva de livros, diários e outros documentos produzidos por indivíduos estrangeiros que elegeram como trajeto de suas viagens a Amazônia. Por iniciativas variadas a região foi visitada, assediada e estudada por uma gama expressiva de indivíduos cujos interesses exprimem projetos de conquista e de poder particulares, que ora convergem ou colidem em suas interfaces engendradas para esta região. O presente Simpósio Temático pretende abrigar trabalhos interessados na produção de viajantes que percorreram a Amazônia no período oitocentista colhendo informações e aplicando as lentes interpretativas de suas próprias culturas. Serão aceitas propostas que tenham elegido a produção do conhecimento histórico através dos registros confeccionados por intelectuais viajantes em seus manuscritos, coleções, dados iconográficos, cartográficos e etnográficos sobre a flora, fauna, as gentes e os existires locais. Este interesse não se encerra nos dados por eles produzidos, mas também alcança propostas direcionadas a compreender os objetivos de coleta desses dados; o papel dos órgãos e instituições que subsidiavam a produção e coleta dessas informações; o lugar das vontades particulares, do acaso e das idiossincrasias que perfazem a existência humana dentro da produção desses sujeitos. Entendemos que esses elementos igualmente grifam a importância dos sujeitos viajantes para a compreensão dos jogos de poder e a produção de conhecimento que se configuraram pelo território Amazônico no século XIX. Do mesmo modo encorajamos o envio de propostas inovadoras que contribuam com a ampliação teórica ou metodológica do campo de estudos sobre intelectuais viajantes e a Amazônia no século XIX.

 

SIMPÓSIO TEMÁTICO – 12

Título: Os Tribunais da Consciência na Primeira Modernidade: trajetórias, instituições e relações de poder

Proponentes: Dr. Marcus Vinicius Reis, professor em História/ICH/UNIFESSPA;

Dr. Angelo Adriano Faria de Assis, professor Universidade Federal de Viçosa.

Resumo: Objetivamos reunir trabalhos de pesquisadores que analisam o funcionamento dos Tribunais Eclesiástico e do Santo Ofício, o imaginário existente sobre o Catolicismo e a Inquisição, os apoios e críticas que esta última instituição colecionou ao longo de seu funcionamento e os casos de indivíduos que, de alguma forma, foram alcançados pelo braço inquisitorial e/ou pela Justiça Eclesiástica. Serão contempladas questões como aparatos institucionais repressivos do poder eclesiástico e do poder inquisitorial (e seus respectivos agentes, atuação, vítimas e dinâmicas); religião e sociedade; clero; padroado; vivências religiosas, entre afirmação da fé e estratégias de resistência das crenças heterodoxas; disciplinamento moral e religioso tridentino no espaço ultramarino. Procuraremos dar destaque aos trabalhos que abordem as múltiplas dimensões relacionadas ao fenômeno da religião e da religiosidade no espaço ibero-americano entre os séculos XVI e XIX. Em especial, os casos envolvendo a constituição, presença e atuação tanto da Justiça Eclesiástica quanto da Inquisição no Brasil, seja através das visitações enviadas pelo Tribunal de Lisboa, seja a partir da atuação de familiares e comissários que percorreram o território brasílico em nome da pureza da fé, bem como os personagens que acabaram confidentes, denunciados e/ou processados perante o Santo Ofício. nesse sentido, os organizadores pretendem tecer um panorama das pesquisas que vem sendo desenvolvidas nos últimos anos. Esperamos que este Simpósio seja uma oportunidade de diálogo entre estudiosos do assunto, não apenas dos historiadores, mas dos mais diversos campos e áreas do conhecimento, mostrando as múltiplas facetas e possibilidades de análise de tema tão rico quanto controverso.

 

SIMPÓSIO TEMÁTICO - 13

Título do ST: História Rural em Ambiente Amazônico.

Proponentes: Bruno de Souza Silva, mestre em História Social (UFPA);

David Rodrigues Farias, mestre em História Social (UFPA)

Resumo: O rural vem ganhando novos espaços no debate historiográfico. Novas perspectivas e abordagens vêm proporcionando outros olhares sobre as populações que desenvolveram seus modos de vida no espaço agrário. A sociedade, economia, cultura, lutas, conflitos, todo o arcabouço histórico ocorrido no rural tem sido tratado com mais interesse pela comunidade acadêmica. Para a Amazônia uma história social do rural se estabelece na reflexão com um ambiente marcado por terras de florestas, rios e trânsitos culturais que marcam as experiências de vida da população que historicamente tem ocupado essa região. Neste sentido, a presente proposta de tem como escopo reunir pesquisadores, professores, estudantes e pessoas que em comum, se dedicam a pesquisa do tema da História Agrária. O objetivo é debater sobre a temática viabilizando trocas de experiências metodológicas e a divulgação de resultados. A vida rural, direitos de propriedade, conflitos, relações sociais, formas de organização, lutas coletivas, migração, colonização e educação para as populações rurais. Todas estas discussões estão articuladas ao problema dos conflitos, das mudanças e das permanências que caracterizam o universo rural brasileiro e amazônico, assim como estão implicadas com os métodos e técnicas empregados no uso da terra em diferentes contextos sociais, histórico e regional. Neste aspecto, se buscará abrir espaços de discussão no que diz respeito às interpretações produzidas sobre a história agrária, considerando os temas que poderão fomentar o debate que tem como principal proposta pensar os estudos rurais em diálogo com a floresta, rios e os campos, conduzindo a socialização de uma história das populações imersas neste ambiente, o rural amazônico.

SIMPÓSIO TEMÁTICO – 17

Título: Enfoques decoloniais, interdisciplinares e interseccionais sobre a História Social das Cenas Musicais no Pará, Amazônia e América do Sul No Tempo Presente (Sécs. XX-XXI)

Proponentes: Bernard Arthur Silva da Silva, doutorando em Comunicação pela PPGCOM/UFPE;

Dr. Wlisses James de Farias Silva, professor UFAC/Campus Rio Branco.

Resumo: A proposta deste Simpósio Temático “Enfoques decoloniais, interdisciplinares e interseccionais sobre a História Social (COSTA; MORAES; SILVA, 2021; HOBSBAWM, 1989; SALLES, 1985) das Cenas Musicais no Pará, Amazônia e América do Sul No Tempo Presente (Sécs. XX-XXI)”, visa contemplar análises decoloniais (QUIJANO, 2005; LUGONES, 2014; MIGNOLO, 2008; QUEIROZ, 2019; SILVA, 2018), interdisciplinares (MIGNOLO, 2008) e interseccionais (CRENSHAW, 2002; YUVAL-DAVIS, 2015) que, tenham em seu foco descolonizar as cenas musicais (QUEIROZ, 2019; SILVA, 2018; VARAS-DÍAS, 2021) das territorialidades do Sul Global (SANTOS, 2019), desvelando as presenças corpóreas diferentes e diversas, produtoras de música na contemporaneidade (HOBSBAWM, 1995; DELACROIX, 2018; LACOUTURE, 1990). Seu eixo de atenção está em entender como as experiências presentes nas ações desses corpos femininos, negros e LGBTQUI+, invisibilizados ao longo das ocupações, colonizações e intervenções na América do Sul (LUGONES, 2014; SEGATO, 2012) dos séculos XX-XXI, contribuem para as construções desses espaços de materialização da música no tecido urbano (JANOTTI JR, 2004). As investigações e compreensões dessas ações compartilhadas nas sociabilidades desenvolvidas em logradouros que hospedaram eventos musicais, festivos, religiosos, políticos e demais expressões humanas, são fundamentais para esclarecer as construções históricas contemporâneas desses mundos artísticos. Além disso, podem explicar as identidades dos fãs dos gêneros musicais que, moldam essas cenas, sempre em relação a alguma alteridade. Dessa forma, as diferenças expostas, marcadas por gênero, classe, raça, sexualidade e nacionalidade, entre grupos sociais de uma cena musical, também serão consideradas. Nesse sentido, o Simpósio Temático, a fim de estimular o debate acerca das cenas musicais presentes nas cidades da Amazônia, Brasil e América do Sul, ao longo dos séculos XX-XXI, contemplará trabalhos de pesquisas com fontes orais, escritas e audiovisuais, que desenvolvem temáticas afinadas com produção, difusão e consumo musical; plataformas digitais e música; redes sociais e música; estudos de gênero e música; contextos festivos, de sociabilidade e de lazer; mercado de entretenimento e empreendimentos fonográficos; escritos de intelectuais e produções artísticas em torno da música popular e folclórica; políticas culturais e o mundo da canção popular; formação musical e crenças religiosas; música e fronteira.

 

SIMPÓSIO TEMÁTICO – 18

Título: História indígena e do indigenismo: novos olhares e perspectivas em pesquisa e ensino

Proponentes: Lívia Lariça Silva Forte Maia, Mestre em História (PPHIST/UFPA);

Sara da Silva Suliman, Mestre em História (PPHIST/UFPA)

Resumo: Não é novidade que os campos da História Indígena e do Indigenismo no Brasil, desde meados das décadas de 1970 e 1980, tem apresentado novas leituras, abordagens, fontes e pesquisas sobre os povos indígenas, considerando estes enquanto sujeitos diversos e agentes de sua própria história. As reivindicações por maior visibilidade histórica, política e social acionadas pelos próprios indígenas foram – e ainda são – processos fundamentais na constituição de novas formas de analisar e compreender as histórias desses povos. Essa movimentação, tanto na sociedade como na academia, foi denominada de “Nova História Indígena” pelo historiador John Monteiro, pois possibilitou abrir alguns caminhos de pesquisas que evidenciaram o protagonismo e pluralidade de experiências indígenas em distintas temporalidades e territórios. Junto à História Indígena os estudos sobre a História do Indigenismo também têm avançado e possibilitado compreender as políticas desenvolvidas pela sociedade não indígena para os povos indígenas ao longo dos séculos em múltiplas dimensões, como no âmbito da saúde, da educação, das ações afirmativas (especialmente a Lei 11. 645/08) e da demarcação de terras. Neste sentido, buscamos também discutir trabalhos referentes à História do Indigenismo ao longo dos séculos que tem como campo de estudo as diversas leis, políticas e instituições destinadas às populações indígenas, porém pensadas por não-indígenas, como, por exemplo, o Regimento das Missões de 1686, o Diretório dos Índios de 1757, a Carta Régia de 1798, o Regulamento das Missões de 1845, o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) de 1910 e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) de 1967. Dessa forma, aceitamos estudos, em andamento ou concluído, que tratem de dispositivos legais e instituições que se remetem aos povos indígenas, ou que analisam as mais variadas produções realizadas ao longo da história referentes a esses agentes. Portanto, este simpósio temático busca reunir pesquisas que dialoguem nos campos da História Indígena e do Indigenismo, do período colonial ao tempo presente, evidenciando ações, representações e negociações dos povos indígenas e suas interações com instituições.

 

SIMPÓSIO TEMÁTICO – 19

Título: Ensino de História nas series Iniciais: Formação de professores, novos métodos e Conteúdos.

Proponentes: Dr. Túlio Augusto Pinho de Vasconcelos Chaves.

Resumo: O presente simpósio visa abranger trabalhos que versem sobre a História ensinada nas series iniciais do ensino fundamental, buscado perceber as mudanças sentidas nesta etapa nas últimas décadas em especial envolvendo questões como a nova BNCC, Cidadania e Nacionalismos, Educação Inclusiva, Desigualdade de Gênero, Racismo e História Regional e o contexto Pandêmico. Historicamente na experiência Brasileira as series iniciais ficaram a cargo de profissionais do antigo magistério e da Pedagogia, que por questões especificas de formação levam a profundos distanciemos entre novos métodos e práticas debatidas no campo historiográfico para neste nível de ensino. Nos últimos anos, os debates sobre a nova BNCC e as mudanças sofridas nas graduações em História e novas políticas para a Formação de Professores, levaram a maior interação ente a pedagogia e os Métodos específicos do ensino de História, ampliando debates sobre possibilidades de interação entre diferentes campos de conhecimento, educação histórica e aquisição de competências e habilidades especificas nos anos iniciais da educação básica especialmente focadas no letramento e na educação matemática. Chama a atenção também as mudanças causadas na dinâmica de Ensino-Aprendizagem de história no período pandêmico, impactos na saúde mental de discentes e docentes e a possibilidades de novas aprendizagens. Esperamos assim reunir trabalhos que possam refletir sobre mudanças na formação de professores, a práticas docentes nos anos iniciais, bem como as potencialidades interativas entre diferentes áreas de conhecimento na Educação Básica.

SIMPÓSIO TEMÁTICO - 21

Título: A produção historiográfica por meio das fontes impressas e da imprensa.

Proponentes: Oslan Costa Ribeiro, Doutorando em História pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

Resumo: O objetivo deste ST consiste em reunir pesquisas em andamento ou concluídas, que utilizam fontes hemerográficas constituídas tradicionalmente, por textos impressos, ou publicação por outros meios, como os digitais, em forma de periódicos, jornais, revistas e outros, e a busca dessas fontes de pesquisa em História – tanto em espaço físico (arquivos públicos) como virtual (hemerotecas digitais) – sobre os fenômenos religiosos, culturais, políticos e sociais. Buscaremos neste ST abrir um espaço para o diálogo acadêmico sobre novas tendências e possibilidades na abordagem da produção historiográfica que utilizem tais fontes e temas, no sentido de contribuir e abrir espaço de diálogos que nos permita apresentar e discutir de forma sistemática aspectos relacionados à utilização dos vários periódicos como fonte de pesquisa em História.

 

SIMPÓSIO TEMÁTICO – 22

Título: História, memórias, saberes ancestrais e experiências negras na Amazônia:

emancipações e pós-abolição na Afro-diáspora

Proponentes: Profa. Dra. Karla Leandro Rascke (Unifesspa);

Profa. Ma. Maria Raimunda Santana Fonte (SEDUC-PA)

Resumo: A presente proposta de Simpósio Temático procura aglutinar trabalhos que resultem de reflexões de ensino, pesquisa e extensão em torno de vivências e saberes ancestrais negros na Amazônia, vislumbrando potencialidades de histórias, memórias e experiências de múltiplos homens e mulheres afro-diásporicos no pós-emancipação e abolição. Intentamos congregar aqui diferentes discussões que permitam situar como a História, em suas interfaces com outras áreas do conhecimento, tem compreendido pluralidades culturais, protagonismos, lutas e resistências epistêmicas das populações negras na Amazônia, em conexões e/ou enfrentamentos com povos originários e também europeus. Serão bem-vindos trabalhos que versem sobre práticas culturais, sociais, estéticas e políticas; religiosidades; quilombos e comunidades remanescentes de quilombos; biografias e protagonismos; movimentos sociais e políticos; racismo e antirracismo; experiências de organizações negras; educação e luta política; intersecções raça, gênero e classe; etc. Esta proposta de ST se vincula ao Grupo de Trabalho Emancipações e Pós-Abolição (GTEP) da Associação Nacional de História (ANPUH) e possui uma coordenação colegiada das professoras Dra. Maria Roseane Correa Pinto Lima (UFPA), Profa. Karla Leandro Rascke (Unifesspa) e Ma. Maria Raimunda Santana Fonte (SEDUC-PA), vinculadas ao referido GT Nacional.

SIMPÓSIO TEMÁTICO – 23

Título: Ensino de história: linguagens e narrativas

Proponentes: Dr. Cleodir da Conceição Moraes, professor da EA/UFPA.

Dr. Thiago Broni de Mesquita, , professor da Escola de Aplicação UFPA, Profhistoria.

Resumo: A História tem como um dos seus principais objetivos a formação de indivíduos reflexivos, críticos e participativos, ao oportunizar aos alunos e alunas da graduação e da educação básica meios para produção de conhecimentos, categorias, conceitos e experimentações práticas que os possibilitem pensar historicamente e agirem autônoma e criticamente na sociedade em que vivem. Para tanto, a articulando passado, presente e futuro é imprescindível. Diferentemente do que ocorre nas faculdades, no entanto, a História escolar está sujeita a conteúdos, meios e métodos próprios e não tem como fim a formação de profissionais qualificados para o exercício de atividades pesquisa e docência. A inobservância dessa particularidade pode implicar em uma série de problemas enfrentados pelos profissionais da disciplina em ambos os níveis de ensino, como o uso de metodologias e materiais didático inadequados ou pouco eficazes, formas de avaliação com exigências que estão além da capacidade cognoscível dos alunos e alunas e aulas expositivas, enfadonhas, cansativas e pouco estimulantes. Em muitos casos, esses problemas ocorrem quando, sem muitos critérios, se processa a transferência, para o campo escolar, de determinados conceitos históricos e metodologias de ensino adotadas na graduação. Nos níveis fundamental e médio não se espera que os alunos e alunas respondam direta e imediatamente às estratégias pedagógicas (aulas expositivas, pesquisa e análise bibliográfica e documental etc.) com intervenções críticas de forma discursiva ou materializadas em artigos, monografias, ensaios ou resenhas. Estamos, assim, diante de um problema relevante que diz respeito à própria concepção da História como disciplina escolar e acadêmica e a sua função na sociedade contemporânea. Compete ao professor(a)-pesquisador(a) encarar esse e outros problemas com o que lhe cabe em seu metiê: engajamento, empatia, escolhas metodológicas, qualificação, articulação de saberes e experiências, objetivos e materiais didáticos específicos, entre outros procedimentos e atitudes. Para além da “transmissão” ou da “transposição” de um pensamento erudito de referência, a escola é pensada neste simpósio como um lugar no qual se realiza a produção de um saber próprio, construído a partir da interlocução de saberes diversos, advindos tanto do senso comum de alunos e alunas e de educadores, como daqueles produzidos nas universidades, articulados aos objetivos, conteúdos e métodos que lhe são particulares. Por diversas vias, portanto, os diálogos com os trabalhos acadêmicos podem ser mantidos, sem hierarquizações precipitadas entre os conhecimentos produzidos em uma ou em outra instância. Ciente dessas diferenças, diálogos e interações, este Simpósio se propõe acolher trabalhos conclusivos ou em andamento, no âmbito acadêmico ou escolar, que problematizem as possibilidades de uso de diferentes linguagens e narrativa histórica no ensino da História, expressas por meio diversos suportes e produtos culturais, como, entre outros, jogos, filmes, televisão, sites, blogs e fotografias. Discussões teóricas, experimentações metodológicas, análises de casos que tratem das interações linguagens, narrativas e ensino de história serão muito bem vindas.

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